Tropa de Choque controla motim

diariodonordeste.globo.com

ADOLESCENTES INFRATORES (17/12/2009)

Do lado de fora do Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider (Cecal), no Planalto Ayrton Senna (Zona Sul da Capital) mães aflitas por notícias dos filhos. Do lado de dentro, policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) tentavam conter o princípio de rebelião, iniciada no começo da tarde de ontem, pelos jovens recolhidos ali. Segundo a Polícia, ninguém ficou ferido durante o motim, apesar de um dos internos ter sido levado para o hospital por funcionários.

Segundo o major PM Geovane Bernardo, supervisor do policiamento da Capital, o princípio de rebelião teria sido motivado pelo descontentamento de boa parte dos 280 internos recolhidos no Centro, com as recentes medidas adotadas pela administração, como a diminuição no número de visitas.

Controlada

« Eles se rebelaram e quebraram cadeados de quatro pavilhões. Alguns funcionários que estavam próximos a esses locais ficaram em uma sala e os internos teriam ameaçados fazê-los como reféns, mas com a entrada do Batalhão de Choque, a situação foi controlada rapidamente », afirmou o oficial.

Contudo, a falta de informação sobre a situação dentro da unidade gerou tensão e revolta para as mães dos internos, no lado de fora. Quase três horas depois do início do motim, os detalhes sobre o que realmente havia ocorrido não chegavam.

Uma dessas mães era a dona-de-casa Auricélia Pereira Tavares, 38. Com o filho há quase um ano detido na unidade, ela afirmou que foi ameaçada por policiais ao tentar obter notícias. Ele, que sairia ontem do Cecal, contou à mãe que os internos são agredidos frequentemente pelos inspetores.

Outra mulher, que preferiu não se identificar, gritava por Justiça, exibindo um dente, que segundo ela, caiu da boca do filho, após ele ser espancado por inspetores do Cecal. A direção do Centro não apareceu para falar com os jornalistas. Um funcionário informou que o coordenador da unidade, identificado como Ronaldo, estava aguardando a resolução do problema para se manifestar.

Segundo o major Bernardo, ninguém foi agredido durante a ação dos mais de 20 policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e Comando Tático Motorizado (Cotam), do BPChoque. « Não houve agressão. Os policiais entraram, controlaram a situação e, em seguida, fizeram a vistoria nas celas, colocando os internos na tranca « .

Delegados do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos compareceram ao local a pedido das mães dos jovens. « A gente está aqui para apurar denúncias », disse o conselheiro Edson Lopes. Segundo ele, a promotora da Infância e Juventude foi informada sobre os problemas ocorridos no Cecal.

Princípio de rebelião no Centro Educacional Aloísio Lorscheider

jangadeiroonline.com.br

16 de dezembro de 2009

Jovens apreendidos dizem que visitas foram suspensas hoje

Uma possível suspensão nas visitas do Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider, em Fortaleza, provocou um princípio de rebelião no local na tarde desta quarta-feira (16).

Dezenas de jovens afirmam que a direção do Centro Educacional suspendeu as visitas durante todo o dia. Como consequência disso, os internos teriam iniciado uma manifestação, por volta das 12h30min.

Cerca de 20 policiais foram enviados para conter a situação. O sargento da Polícia Militar, Paulo Santos, afirmou que não há nenhum ferido, apesar de mães dos jovens apreendidos terem confirmado à equipe da TV Jangadeiro que os filhos foram agredidos.

Ainda segundo um policial, os jovens quebraram trancas de quatro pavilhões. Oito instrutores, com medo, teriam se trancado dentro de uma sala.

Várias mães continuaram do lado de fora do Centro aguardando informações dos filhos. Atualmente o Centro Educacional Cardeal Aloísio  Lorscheider abriga 280 adolescentes.

Com informações do repórter Paulo Campelo

~ par Alain Bertho sur 19 décembre 2009.

Publié dans émeutes, motim, riots